Por que nos importamos tanto com os primeiros ?
por Leo
Estava pensando em por que importa tanto exatamente o que o autor quis dizer, exatamente a seqüência de notas de uma melodia, exatamente a obra famosa, em oposição às suas réplicas, variações e similares?
Pensei que isso tem alguma semelhança com o sucesso do primeiro: Por que é tão importante quem foi o primeiro a descobrir tal coisa, ou o que chegou em primeiro, ou o que aconteceu primeiro?
Não estou destruindo o significado de se estabelecer alguma ordem, apenas questiono o significado do primeiro em específico, questiono qual a diferença fundamental entre o primeiro e o segundo. Por que não falar dos primeiros? Por que só os primeiros levam prêmios? Por que o prêmio não é proporcional ao sucesso individual (ou a o que quer que determine o mérito)? Por que a imitação é tão diferente da original, mesmo quando são tecnicamente indistinguíveis? É por causa do valor histórico? É algo simbólico? Por que a variação da música é pior que a própria? Ou a interpretação desviante não seja tão boa quanto a do original do autor?
Acho que o que quero expressar é a constituição (o que compõe a coisa, o que a delimita) em oposição a uma importância simbólica e histórica. Quando um é mais importante que outro? É importante que se exponha a obra original no museu se ela é idêntica à outra nos olhos de todos os especialistas? É um mérito maior descobrir o cálculo ou inventar o avião dois ou três anos antes? Ou chegar um milésimo de segundo antes?
Embora esteja defendendo a constituição nesses casos, gostaria de dizer que defendo a ordem histórica e simbólica para o caso específico dos sentimentos. Mas justamente por se tratarem de algo completamente diferente no qual não importa a informação ou a quantidade, mas sim o papel que aquele ser em especial desempenhou em algum momento da sua vida, e não um outro idêntico em constituição. Note que é um critério que de certa forma gera problemas, pois dois ursinhos idênticos podem ter significados diferentes para uma pessoa que é incapaz de identificar qual deles o tem. Mas acho que essa dúvida não representa uma contradição, apenas sugere uma natureza não racional.
Agora voltando à questão da constituição, gostaria de salientar que existem casos onde a diferença é importante, é fundamental. A interpretação do autor costuma conter mais informação, costuma ser mais profunda e ter traços sutis individualíssimos da sua personalidade e meio que podem ter importância dependendo do que se estuda. A obra de arte original tem traços da técnica, do material, e até mesmo das condições físicas do planeta na época. Nada impede que amanhã ou depois um pequeno detalhe possa vir a ter grande importância.
Mas volto a ressaltar, a importância é ainda nesses casos constitutiva, é porque aquela interpretação é mais profunda, por que revela tais aspectos, porque contém tal informação que ela é melhor. E uma que contivesse as mesmas coisas deveria ser tão boa quanto. A única coisa é que raramente se encontra um objeto que tenha uma constituição tão boa, mas nada impede.
Quanto ao valor simbólico, como disse, vejo o caso dos sentimentos como um caso a parte, mas acho que no caso das idéias, ele é determinado pela constituição, pela informação que aquilo traz. Com valor simbólico quero dizer que atribuímos valor as coisas por elas representarem algo. Mas digo que isso não dá ao objeto específico um valor, e sim à sua forma. Por ela trazer informações que despertam ou evocam alguma idéia, algum símbolo. Não é importante que tenha sido A ou A' que tenha quebrado o recorde, mas que alguém o tenha, e poderia muito bem ser outro.
Não sei se estou sendo claro o suficiente, mas a minha intenção é questionar qual é o valor específico de um indivíduo ou objeto além daquilo que o constitui, e por que e quando atribuir esse valor...
Acho que devo continuar refletindo sobre isso...
Pensei que isso tem alguma semelhança com o sucesso do primeiro: Por que é tão importante quem foi o primeiro a descobrir tal coisa, ou o que chegou em primeiro, ou o que aconteceu primeiro?
Não estou destruindo o significado de se estabelecer alguma ordem, apenas questiono o significado do primeiro em específico, questiono qual a diferença fundamental entre o primeiro e o segundo. Por que não falar dos primeiros? Por que só os primeiros levam prêmios? Por que o prêmio não é proporcional ao sucesso individual (ou a o que quer que determine o mérito)? Por que a imitação é tão diferente da original, mesmo quando são tecnicamente indistinguíveis? É por causa do valor histórico? É algo simbólico? Por que a variação da música é pior que a própria? Ou a interpretação desviante não seja tão boa quanto a do original do autor?
Acho que o que quero expressar é a constituição (o que compõe a coisa, o que a delimita) em oposição a uma importância simbólica e histórica. Quando um é mais importante que outro? É importante que se exponha a obra original no museu se ela é idêntica à outra nos olhos de todos os especialistas? É um mérito maior descobrir o cálculo ou inventar o avião dois ou três anos antes? Ou chegar um milésimo de segundo antes?
Embora esteja defendendo a constituição nesses casos, gostaria de dizer que defendo a ordem histórica e simbólica para o caso específico dos sentimentos. Mas justamente por se tratarem de algo completamente diferente no qual não importa a informação ou a quantidade, mas sim o papel que aquele ser em especial desempenhou em algum momento da sua vida, e não um outro idêntico em constituição. Note que é um critério que de certa forma gera problemas, pois dois ursinhos idênticos podem ter significados diferentes para uma pessoa que é incapaz de identificar qual deles o tem. Mas acho que essa dúvida não representa uma contradição, apenas sugere uma natureza não racional.
Agora voltando à questão da constituição, gostaria de salientar que existem casos onde a diferença é importante, é fundamental. A interpretação do autor costuma conter mais informação, costuma ser mais profunda e ter traços sutis individualíssimos da sua personalidade e meio que podem ter importância dependendo do que se estuda. A obra de arte original tem traços da técnica, do material, e até mesmo das condições físicas do planeta na época. Nada impede que amanhã ou depois um pequeno detalhe possa vir a ter grande importância.
Mas volto a ressaltar, a importância é ainda nesses casos constitutiva, é porque aquela interpretação é mais profunda, por que revela tais aspectos, porque contém tal informação que ela é melhor. E uma que contivesse as mesmas coisas deveria ser tão boa quanto. A única coisa é que raramente se encontra um objeto que tenha uma constituição tão boa, mas nada impede.
Quanto ao valor simbólico, como disse, vejo o caso dos sentimentos como um caso a parte, mas acho que no caso das idéias, ele é determinado pela constituição, pela informação que aquilo traz. Com valor simbólico quero dizer que atribuímos valor as coisas por elas representarem algo. Mas digo que isso não dá ao objeto específico um valor, e sim à sua forma. Por ela trazer informações que despertam ou evocam alguma idéia, algum símbolo. Não é importante que tenha sido A ou A' que tenha quebrado o recorde, mas que alguém o tenha, e poderia muito bem ser outro.
Não sei se estou sendo claro o suficiente, mas a minha intenção é questionar qual é o valor específico de um indivíduo ou objeto além daquilo que o constitui, e por que e quando atribuir esse valor...
Acho que devo continuar refletindo sobre isso...
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