Um exemplo filosófico
por Outro corpo em movimento
As vezes um certo mau humor aparece como a primeira sensação ao acordarmos, talvez derivado de uma espécie de incômodo ou desconforto mental, uma intolerância ao enfileiramento sistemático e previsivelmente rítmico de fatos repetidos gerados por regras comumente absurdas.
O mau humor senta-se a mesa pretendendo distrair-se com o desjejum para finalmente ignorar tudo o que atrapalhe o projeto de um bom dia, quando alguem interrompe o silêncio digestivo dizendo:
- Credo! Comer salada no café da manhã ?!
O mau humor olha para seu potinho com salada e reflete um pouco. Conclui que por estar ingerindo basicamente algumas vitaminas e sais minerais, uma pequena quantidade de carboidratos e proteínas, e água, sua digestão será bem fácil. Observa que a boca que arremessou o espanto com a presença da salada no desjejum está prestes a se encher de pão, margarina, presunto e queijo, que são alimentos bem aceitos na ocasião, embora exijam um considerável esforço digestivo para sintetizar: gordura artificial estranha ao organismo, uma fatia de animal morto que depende da atuação de enzimas específicas, uma massa cheia de carboidratos, e uma fatia amarela de gordura animal sólida (saturada) e cheia de colesterol.
Não percamos tempo discutindo se a refeição matutina deve ser "leve" ou "pesada", pois parece que a aceitação de um alimento, ao menos neste caso, depende muito mais do seu valor cultural do que nutricional.
Muitas vezes não há a menor preocupação com o sentido dos hábitos, e apenas se efetua a propagação deles. O mau humor irrita-se com esta constatação e demora um bom tempo para começar a se transformar em comodismo.
Com estas palavras pretendo ilustrar o que entendo por filosofia. Para mim, a reflexao feita pelo mau humor é uma atitude tipicamente filosófica. Este tipo de exercício costuma ser evitado pela maioria das pessoas, o que contribui para a perpetuação de um sistema que difunde uma série de preconceitos sem sentido.
O mau humor senta-se a mesa pretendendo distrair-se com o desjejum para finalmente ignorar tudo o que atrapalhe o projeto de um bom dia, quando alguem interrompe o silêncio digestivo dizendo:
- Credo! Comer salada no café da manhã ?!
O mau humor olha para seu potinho com salada e reflete um pouco. Conclui que por estar ingerindo basicamente algumas vitaminas e sais minerais, uma pequena quantidade de carboidratos e proteínas, e água, sua digestão será bem fácil. Observa que a boca que arremessou o espanto com a presença da salada no desjejum está prestes a se encher de pão, margarina, presunto e queijo, que são alimentos bem aceitos na ocasião, embora exijam um considerável esforço digestivo para sintetizar: gordura artificial estranha ao organismo, uma fatia de animal morto que depende da atuação de enzimas específicas, uma massa cheia de carboidratos, e uma fatia amarela de gordura animal sólida (saturada) e cheia de colesterol.
Não percamos tempo discutindo se a refeição matutina deve ser "leve" ou "pesada", pois parece que a aceitação de um alimento, ao menos neste caso, depende muito mais do seu valor cultural do que nutricional.
Muitas vezes não há a menor preocupação com o sentido dos hábitos, e apenas se efetua a propagação deles. O mau humor irrita-se com esta constatação e demora um bom tempo para começar a se transformar em comodismo.
Com estas palavras pretendo ilustrar o que entendo por filosofia. Para mim, a reflexao feita pelo mau humor é uma atitude tipicamente filosófica. Este tipo de exercício costuma ser evitado pela maioria das pessoas, o que contribui para a perpetuação de um sistema que difunde uma série de preconceitos sem sentido.
2 Comentários:
Excelente!
Muito bom!
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