Por que damos valor às vidas humanas? Por que achamos que o mundo deva ser justo? Por que devemos nos importar com a natureza? Quais as motivações das pessoas? E que nome dar a todas as coisas da vida que não entendemos, não sabemos descrever, mas com as quais temos de lidar o tempo todo?




Por que as pessoas inteligentes não dominaram o mundo?

por Leo

(também publicado em inglês no blog Brainstormers)

Vamos supor algumas hipóteses:
1) Existem pessoas muito, mas muito, MUITO inteligentes no mundo.

2) A civilização humana não parece assim, digamos... muito bem organizada; parece que seres humanos importantes vivem fazendo besteiras por aí.

3) Uma fração das pessoas muito inteligentes é também ambiciosa E tem opiniões firmes a respeito de como o mundo deve ser E se importa o suficiente para fazer algo a respeito.

Daí minha pergunta é: Por que o mundo não é regularmente dominado por pessoas muito inteligentes???

Ok, admito que é uma pergunta um tanto esdrúxula, mas estou falando sério, e vou tentar justificar-me.

Primeiramente, o que eu quero dizer com dominar o mundo?
Dominar significa que você é capaz de fazer valer a sua vontade sobre as demais. Não precisa ser pela força, longe disso, basta que se tenha habilidade para se manejar a situação a seu favor. Dominar o mundo pressupõe que alguém (ou algum grupo) possa atingir tal grau de superioridade de poder que seja capaz de subverter toda a hierarquia política estabelecida. Isto parece ser MUITO difícil, pois imagino que quanto mais você se aproxima de dominar o mundo, mais competentes devem ser seus concorrentes interessados no mesmo objetivo. Ou seja, para dominar e manter o poder você tem que dar um jeito de vencer, eliminar, dominar ou evitar a elite da competência política no mundo.

Por que alguém iria querer dominar o mundo?
Para impor sua vontade. E por que alguém iria querer isto? Bom, esta é uma questão psicológica. Eu presumo que para satisfazer um ego insaciável, uma enorme vontade de poder, de engrandecer a própria imagem ou ainda, por um fortíssimo sentimento de vingança, que não deixa de ser também uma imposição do ego sobre os demais. Estas seriam motivações psicopáticas. Uma motivação mais racional poderia ser por um dever ético, bom, é verdade que a noção de dever não é racional, mas quero dizer que seria uma forma mais objetiva, dominar a fim de concretizar o bem (o que quer que se entenda por bem...).






Por que alguém precisaria dominar o mundo?
Porque as vias sociais tradicionais podem não ser suficientes para o que se deseja; segundo as organizações políticas mais comuns, para alguém ganhar poder a pessoa deve ir angariando admiradores e confiança dos que instituem seu cargo (seja a população, seja a aristocracia política). Esta via tem muitas desvantagens, ela compromete o pretendente aos interesses dos seus apoiadores políticos (efetivamente dividindo seu poder com eles), requer que ele mantenha uma persona (imagem social) demagógica que de alguma forma motive ou justifique sua colocação, e o expõe escancaradamente a todos os que ambicionem sua posição ou se oponham às suas políticas, para que atentem contra ele, o deponham ou matem. É por isto que alguém poderia querer dominar o mundo por vias alternativas - que não precisa ser necessariamente pela força (violência), creio que existam outras maneiras.

Por que alguém teria de ser inteligente para dominar o mundo?
Bom, é importante ressaltar que não estou falando de uma inteligência meramente acadêmica, estou falando de uma pessoa com uma alta capacidade cognitiva em diversas áreas, alguém que seja capaz de enfrentar problemas difíceis da natureza que forem, de questões metafísicas a manipulação social a malabarismo de gelatina. Assim sendo, acho que esta seria a capacidade mais importante ao tentar dominar o mundo, pois alguém nesta condição poderia entender e tentar solucionar qualquer problema que aparecesse, por mais que não se fosse especialmente bom naquilo.

Como seria se pessoas inteligentes dominassem o mundo?
Difícil responder, mas viveríamos numa noocracia, um governo de sábios, ou inicialmente uma geniocracia, uma vez que estou considerando a hipótese de um ou alguns gênios tomarem o poder. Eu suponho que pessoas inteligentes seriam mais aptas a resolver os grandes problemas da sociedade, criar políticas eficientes, teriam um entendimento mais realista, completo e profundo do funcionamento social, teriam preocupações éticas e um sistema ético bem elaborado, e seriam capazes de separar seus interesses pessoais dos interesses da humanidade. Infelizmente provavelmente algumas destas suposições não se concretizaria.
Haveria ainda uma questão complicada de como representar os valores éticos e políticos da população, que é um dos maiores valores da democracia. Este seria um problema adicional para ser resolvido.


Querer dominar o mundo não parece uma atitude meio infantil, narcisística e megalomaníaca baseada numa concepção simplista da sociedade?
Hummm... talvez. Mas isto realmente impediria que alguém dominasse o mundo?



Supondo então que as principais dúvidas tenham sido esclarecidas:
Por que será que o mundo não é regularmente dominado por pessoas muito inteligentes???

A resposta não me parece óbvia. Vou considerar diversas possibilidades:


1) O mundo já foi dominado por pessoas inteligentes e só eu não percebi.
Bom, esta resposta é ou uma negação do meu segundo postulado (o de que o mundo não funciona muito bem), ou a defesa de que mesmo tendo dominado o mundo, estes seres inteligentes não são capazes de fazê-lo funcionar de maneira que me pareça adequada ou pior, não estão interessados nisso. Este argumento é bastante semelhante ao argumento epicurista contra a existência de Deus: se Deus quer ser bom e não pode é impotente, se pode e não quer é malevolente, se não pode e não quer não deveria ser chamado de Deus. Vou dividir esta possibilidade em duas:


1.1) O mundo foi dominado por pessoas inteligentes, mas elas não conseguem dar conta do recado.
Isto é possível, mas pouco provável. Entretanto dada a minha desinformação a respeito da ocorrência de inteligências excepcionais assumindo cargos de alto poder, vou supor que estejam em posições de menor exposição pública ("illuminati"? Ô_Ô). Caso seja assim, por que será que não conseguem dar conta? Será a dinâmica da sociedade, da política e da economia assim tão incontroláveis? Afinal, lembre-se que estamos falando de pessoas que foram capazes de dominar o mundo! Por que será que não conseguiriam administrá-lo eficientemente? Faltaria massa crítica? Haveria muita discordância entre eles???
Me parece mais provável simplesmente reduzir esta posição a uma visão mais comum de que quem quer que sejam os poderosos controlando a sociedade não são tão inteligentes ou competentes assim. Ou seja, esta posição nega o primeiro postulado.


1.2) O mundo foi dominado por pessoas inteligentes, mas elas não estão preocupadas em organizá-lo, estão preocupadas com outras coisas.
Isto é um tanto mais provável. Mas por quê? Na minha perspectiva, uma pessoa muito inteligente, que tenha chegado a dominar o mundo deve ter sérias preocupações a respeito de qual a direção tomar. Afinal, dominar para o quê? Será que a ética realmente não aponta necessariamente para uma administração social diferente da que vemos hoje? Será que a inteligência não leva necessariamente a preocupações éticas? Qual seriam as motivações dessas pessoas então? Será que de fato o poder corrompe as pessoas e tão logo alguém se encontre numa alta posição, esta pessoa será dominada por seus desejos mais instintivos e egoístas?


Certamente, na história da humanidade grandes líderes muito inteligentes já assumiram o poder, podemos analisar a diversidade de suas condutas a fim de ver o perfil destes, suas motivações e qual foi seu destino, ie, porque não conseguiram manter o poder sob os mesmos interesses. Esta pergunta fica em aberto: Quais foram as motivações dos grandes homens poderosos inteligentes do passado?


Talvez as trajetórias que conduzem alguém ao poder não costumem levar as pessoas a preocupações éticas mais profundas. Talvez estes homens tenham se ocupado primariamente com preocupações mais imediatas, como suas próximas conquistas e a própria manutenção do seu poder, sem pensar tanto numa escala maior. Afinal, dominar deve dar bastante trabalho.


2) O mundo não foi dominado por pessoas inteligentes.
Bom, esta é minha proposta principal. E por que será que o mundo não foi dominado?

2.1) As pessoas inteligentes não conseguem dominar o mundo.
Acho que esta é a melhor resposta. E a principal evidência dela é a incompetência dos movimentos de resistência no mundo inteiro, mesmo nas condições ideologicamente mais hostis e absurdas. Ver o caso da União Soviética sob Stálin, ou da Alemanha nazista. O número de tentativas de atentados, movimentos de resistência organizados e contrarevoluções na história parece ser modestamente pequeno além de terem sido pouco eficazes. Levando em conta que uma revolução é uma ótima oportunidade para mudar a ordem das coisas, para que um grupo assuma o poder e institua seus ideais políticos, parece que de fato, o que falta é a competência (a hipótese 1 deve ser falsa neste sentido).

E por que falta competência?
Creio que seja porque pessoas as inteligentes costumem ter algumas características que as impedem de ser politicamente eficazes: são inseguras, ou indisciplinadas, ou pouco práticas, ou irrealistas, ou politicamente inabilidosas, ou intransigentes, ou competitivas, ou desorganizadas demais. Basta ver a maior parte dos grupos intelectuais e movimentos estudantis. Isto vai um pouco na linha de uma frase do Russell:

"The fundamental cause of the trouble is that in the modern world the stupid are cocksure while the intelligent are full of doubt."
Bertrand Russell, Education and the Social Order (1932)

Possivelmente a trajetória de criação e personalidade de pessoas inteligentes não favorece que desenvolvam tantas habilidades e motivações intelectuais e políticas ao mesmo tempo.

Por outro lado, eventualmente na história da humanidade, ocorreram situações em que uma ou mais pessoas muito inteligentes assumiram o poder. Por que elas não mantiveram o poder nas mãos de outras pessoas inteligentes? Por que o poder de pessoas inteligentes não é estável? Será que elas também não tiveram esta preocupação? Será que suas motivações não favoreciam que passassem o poder para outras pessoas inteligentes? Será que simplesmente não conseguiram sucessores a sua altura? Afinal, conseguir sucessores não é um problema fácil.

Talvez o problema seja difícil demais para um ou mesmo alguns poucos seres humanos, dominar o mundo e ainda administrar a humanidade é um trabalho grande demais.
Isto parece bem razoável. Não deve ser um trabalho fácil. Afinal, para este fim a humanidade se divide em centenas de governos com milhares de cargos. É claro que não esperaria que eles controlassem tudo, apenas que dessem as diretrizes principais. Mas de qualquer maneira é uma possibilidade razoável. Talvez seja uma mistura de falta de inteligência, número de pessoas e organização. Curiosamente isto parece ser factível. Hum....


E há ainda a possibilidade de nossa sociedade ser de alguma forma protegida contra dominação de inteligentes. Como se a nossa sociedade fosse constituída de tal forma que sempre que alguém muito inteligente tem esta idéia e resolve fazer algo a respeito, ele é rapidamente detectado e eliminado (ou talvez distraído com um problema intelectual que ocupará sua toda sua vida produtiva e não acarretará em nada de útil). Isto me soa conspiratório demais para o meu gosto.



2.2) As pessoas inteligentes não querem dominar o mundo.
Finalmente, talvez as pessoas inteligentes não estejam tão interessadas ou motivadas em dominar o mundo. Afinal, teoricamente estas pessoas são perfeitamente aptas a se darem muito bem no mundo atual, de maneira que não vale a pena tentar dominar o mundo. Isto é coerente com a idéia de que pessoas racionais fazem aquilo que é vantajoso para si, o que geralmente não envolve se importar tanto assim com os outros. Além do que dominar o mundo dá muito trabalho, é muito perigoso, e provavelmente exige o resto da sua vida, se você conseguir.
Tampouco parece ser psicologicamente vantajoso:
A não ser que se tenha um tremendo distúrbio de obsessão narcísica ou ética, acho que pessoas inteligentes conseguem recompensas suficientes em atividades bem mais factíveis, em particular, a maioria dos intelectuais se contentam em ficar discutindo idéias, lendo e escrevendo e não tem pretensões megalomaníacas.



Conclusão:
1.2) Pessoas inteligentes que chegam no poder não costumam se preocupar muito com questões éticas amplas.
2.1) Pessoas inteligentes frequentemente tem características de personalidade que impedem que cheguem ao poder.
2.2) E as pessoas inteligentes que poderiam chegar ao poder provavelmente não estão muito interessadas.
E 2.1 de novo) Se por acaso houver pessoas interessadas, elas são em quantidades insuficientes para dar conta do recado, porque o problema é bem difícil...
Enfim, é a vida.

Mas resta a questão, por que a permanência de pessoas inteligentes no poder não é estável? Por que uma vez que um governo de pessoas inteligentes se estabelece, ele não se mantém? Essas pessoas não costumam ter uma visão estratégica em relação a isto? Ou é tão difícil assim conseguir sucessores aptos?

12 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Nossa, muito bom seu texto, adorei!!!!

terça-feira, setembro 29, 2009 2:50:00 AM  
Blogger Unknown disse...

Texto muito interessante e bom assunto.

Algumas informações:

Segundo um estudo de Lewis Terman, a chance de desajuste social moderado ou sério aumenta proporcionalmente com a inteligência, entre indivíduos superdotados, chegando a 45% nas faixas mais altas. Além disso, segundo um estudo de Leta Hollingworth, há uma tendência muito forte nesse grupo ao isolamento social. Ela sugere que há uma faixa ótima de ajuste, que em uma sociedade de QI médio 100 seria, na opinião dela, entre 125 e 155 (não sei qual a escala de desvio-padrão), acima disso havendo um ajuste sub-ótimo. No Brasil, de QI médio 87, isso corresponderia a cerca de 112 a 142. Ela sugere também que há uma faixa de possibilidade de comunicação, que o líder não pode ter mais do que 30 pontos de QI a mais do que os liderados, para que os liderados possam o entender. Isso daria um QI máximo ao líder de 130 nos EUA, ou 117 no Brasil.

Tendo isso em mente, parece mais difícil para alguém muito inteligente assumir posições de liderança social, por haver diferenças muito grandes de personalidade e de comunicação.

Acho que certa está essa sua hipótese:

E por que falta competência?
Creio que seja porque pessoas as inteligentes costumem ter algumas características que as impedem de ser politicamente eficazes: são inseguras, ou indisciplinadas, ou pouco práticas, ou irrealistas, ou politicamente inabilidosas, ou intransigentes, ou competitivas, ou desorganizadas demais. Basta ver a maior parte dos grupos intelectuais e movimentos estudantis. Isto vai um pouco na linha de uma frase do Russell:

"The fundamental cause of the trouble is that in the modern world the stupid are cocksure while the intelligent are full of doubt."
Bertrand Russell, Education and the Social Order (1932)

Possivelmente a trajetória de criação e personalidade de pessoas inteligentes não favorece que desenvolvam tantas habilidades e motivações intelectuais e políticas ao mesmo tempo.

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Moral da história: para que pessoas inteligentes dominem o mundo é preciso aumentar a inteligência média da população.

quarta-feira, setembro 30, 2009 9:58:00 PM  
Blogger Leo disse...

Hum, é uma consideração bem pertinente e interessante. É curioso porque isto vai contra a idéia comum de que quanto mais inteligente melhor, e de que quanto mais burra a população, mais fácil seria de liderá-la.

De fato, acho que o problema da compatibilidade de liderança é mais psicossocial, uma vez que haveria uma falta de identificação entre os líderes e liderados. Acho que em geral as pessoas tem pouca habilidade em lidar com pessoas com níveis de inteligência muito diferentes do seu, pois elas pensam de maneiras diferentes. Para não falar como você mencionou de incompatibilidades de personalidade. Isto exigiria que o indivíduo inteligente tivesse além de grandes habilidades políticas, também grandes habilidades psicológicas e interpessoais.

quinta-feira, outubro 01, 2009 4:19:00 PM  
Anonymous karynn disse...

Hm, poxa Leo, achei este tema muito interessante! Também achei que escreveu de um jeito mais pessoal do que o costumeiro, o que, além de revelar que vc tem um estilo próprio bem gostoso de ser lido, diminui o tamanho psicológico (possivelmente desanimador) do texto.
Bom, chega de firulas, voltemos a discussão:
Acho que as conclusões que vcs conseguiram aí são boas, mas acho que talvez ingênuas. Embora vc tenha levado muitas coisas em consideração, acho que falta bastante informação e outros vieses.
Abordando apenas um dos pontos influentes desta discussão, que seja "a liderança", penso que deve haver inúmeras explicações distintas sobre isso, com apontamentos de cunho psicológico, social, biológico ou possíveis outros, gerando grande divergência sobre a natureza e comportamento desta característica.
Assim, sugiro que nao coloquemos um ponto final neste assunto, devido a fragilidade destas conclusões (derivada de uma certa intuição, com alguns adendos estatísticos cuja abrangência neste caso é discutível) e a transportemos para grupos menores, onde poderemos testar nossas hipóteses. Por que pessoas inteligentes não dominam nem pequenos grupos? Ou dominam? Se sim, como isto acontece? Existem religiões ou qualquer coisa deste tipo de pessoas que pregam algo bem inteligente ou sei lá o que? Bom, se existe parece não fazer muito sucesso, né? As pessoas inteligentes tendem a influenciar outras? Será que o tipo de dominação influencia no sucesso dela (parece que as de cunho religioso e carismático funcionam mais, seria pelo tipo de sociedade que temos?). Pessoas inteligentes tentam dominar outras com argumentação? Isto funciona? Será que a própria idéia de dominação, por parecer meio anti racional, não se instala de fato na cabeça de pessoas muito inteligentes? Parece sim uma idéia sem sentido em casos pequenos, é mais inteligente tentar promover a melhora das coisas através de outros métodos, acho que os pais inteligentes, por exemplo, devem ser bem menos dominadores, assim como os conjujes e assim por diante, na maioria das relações. Só que em termos muito ampliados, talvez estes métodos não resolvam.
Bom, resumindo, acho muito muito dificil entender por que pessoas inteligentes não dominam/dominaram o mundo, porque tem muita coisa envolvida e não conseguiriamos abordar tudo, a menos que talvez nos dedicassemos a estudar isto com afinco. Então deixo minha proposta de dar um "zoom" nesta discussão.

quarta-feira, outubro 07, 2009 2:10:00 PM  
Anonymous karynn disse...

Um exemplo: É razoavelmente comum, numa família, um dos membros se destacar, ser bem mais inteligente e romper com alguns paradigmas adotados pelos outros membros. As veze é claro e evidente que o jeito de pensar do membro especial, se fosse adotado pelos outros, melhorraia bem a vida daquela familia e de outras pessoas que se relacionam com ela.
Será que estes membros especiais costumam tentar dominar a família? Me parece que não. Por que será?

quarta-feira, outubro 07, 2009 2:20:00 PM  
Blogger Leo disse...

Gostei muito das suas considerações e concordo com elas.

Bom, primeiramente é bom distinguir duas possibilidades que talvez não tenham ficado muito claras no post, uma é a de uma dominação explícita, por vias políticas ou revolução, a outra é uma dominação oculta, por meio da manipulação ou de influência sobre pessoas poderosas laranjas.

A idéia da liderança seria mais importante para a finalidade da dominação explícita, a dominação implícita requeriria mais capacidades de manipulação, convencimento e confiança.

A questão das religiões é interessante, já pensei em escrever um post a respeito. É difícil saber se as grandes religiões são de alguma forma administradas com fins não explícitos. Certamente elas tem muito poder político e social. Infelizmente no entanto é de se supor que exista bastante disputa sobre os cargos altos de uma religião, e que por conta disto a liberdade do líder seja muito restrita, uma vez que se sair da linha terá boas chances de ser deposto. Sem falar do trabalho enorme que deve dar ficar disputando e dividindo poderes com toda a cúpula. Além disso, religiões, por sua natureza irracional afastam muitas pessoas inteligentes, ainda que possam representar uma oportunidade significativa de poder.

Parece que realmente aspectos psicológicos são muito importantes nesta questão.

A questão dos pequenos grupos é muito interessante de fato. Enquanto o benefício relativo de dominar um pequeno grupo pode ser pequeno, em algumas circunstâncias isto pode valer a pena, principalmente se ele for dominado por outra pessoa cujos interesses não convenham. Há ainda a alternativa de só brigar quando realmente for algo que valha a pena, embora isto represente uma probabilidade de sucesso mais fraca do que a do líder regular.
Então, a motivação de se dominar um grupo pequeno pode ser meio circunstancial, mas deve ocorrer em alguns meios.

Dominação não é algo muito racional, e embora argumentar proporcione uma certa confiança e respeito, ela impõe que sua conduta seja assim racionalmente justificável e desta forma restringe bastante sua liberdade. Por causa disso, dominar pela razão é algo bem raro, porque só tem sentido se seu fim for realmente bom, além de dar muito trabalho. As estratégias de dominação me parecem ser muito mais voltadas a manipulação de emoções, motivação e só ocasionalmente de crenças e valores. Líderes costumam ser pessoas com iniciativa, carisma e/ou alguma agressividade.

Acho que isto deixa mais ou menos claro então porque acho que não é tão comum que pessoas inteligentes liderem grupos. Tanto por não ser muito frequentemente vantajoso, como por favorecer estratégias pouco relacionadas a racionalidade. O que colabora para que os inteligentes ora não desenvolvam habilidades de liderança, ora não tenham boas intenções ou boa conduta quando o fazem.

Não acho que dominar seja anti racional, a não ser neste aspecto que mencionei, de muitas vezes não ser vantajoso. Mas não vejo nada de intrinsecamente anti racional na idéia de dominação. Talvez esta idéia venha da noção de que regimes mais liberais e igualitários tem maior liberdade de idéias e racionalidade, mas acho que isto é uma consequência da intenção dos governantes, não do regime em si.

quinta-feira, outubro 08, 2009 3:18:00 PM  
Blogger Leo disse...

Acabo de pensar numa resposta para o problema da instabilidade de governos inteligentes:

Se considerarmos que governos éticos inteligentes tem menos poder político do que um não-ético (por causa das restrições de conduta que a ética impõe), é razoável considerar que uma vez que um governo ético se estabelece ele eventualmente é sucedido por um não-ético (digamos, o príncipe não é tão bom quanto o rei, ou é simplesmente dominado um grupo menos escrupuloso). E governos não-éticos não tem interesse em sucessão ética, já que isto só traria males a si (seja por arriscar seu poder, seja por manchar sua imagem).

Isto soa razoável, pessoas boas (com preocupações éticas) são muito menos aptas a chegar ao poder porcausa das suas próprias restrições de conduta. Tem muito menos opções, em particular, não podem trapacear (digamos, matar, ameaçar e enganar). Uma alternativa poderia ser dizer que os fins justificam os meios. E provavelmente muitos o fizeram, talvez possa-se até argumentar que Hitler tentou fazê-lo. Isto me parece uma estratégia perigosa, porque se não atingir seu objetivo você acabará causando mais mal do que bem. E mais, as pessoas provavelmente não reconhecerão seus esforços como uma boa ação (se isto for importante para você).

domingo, outubro 25, 2009 6:19:00 PM  
Anonymous Evandro Santos disse...

A inteligência não aspira à liderança nem ao poder, mas sim à paz e harmonia nos convívios. Talvez por isto, liderar ou apoderar-se não faz parte preponderante dos atos e objetivos daqueles percebidos como distintos intelectualmente, e não por alguma suposta timidez ou medo de expressar-se sem ser compreendido. Esperar que a população atinja um nível 'mínimo' de 'inteligência' para 'aceitar' que algum indivíduo súper capacitado a lidere não é uma esperança considerada praticamente pelos inteligentes nem é o critério para que estes o fizessem. Acho que é inteligente prestar atenção no que causamos aos outros, em pequena a grande escala, mais do que esperar que alguém, inteligente ou nem tanto quanto o sonhado, venha nos dizer como as coisas devem ser agora... ser sábio é nunca atrapalhar o próximo... nunca.

terça-feira, fevereiro 22, 2011 2:25:00 AM  
Anonymous Anônimo disse...

entao.... vamos ser um pouco inteligentes e parar de nos preocupar com o que os inteligentes fariam afinal isso nao vai mudar nada.....ops.... brincadeira....mto bom seu texto....parbns...um abraço

sexta-feira, junho 22, 2012 10:48:00 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Em resposta a:
"Será que estes membros especiais costumam tentar dominar a família? Me parece que não. Por que será?"
O que mantém as pessoas da família unidas não é o famoso “laço de sangue”, são o respeito e o amor. É difícil tentar romper Paradigmas com a família, da medo de não ser aceito como diferente.
Como mencionado no texto “parece mais difícil para alguém muito inteligente assumir posições de liderança social, por haver diferenças muito grandes de personalidade e de comunicação”
A Família por apresentar QI inferior não entenderia e por consequência não aceitaria o seu pensamento.

quinta-feira, janeiro 10, 2013 6:22:00 PM  
Anonymous Anônimo disse...


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quarta-feira, março 19, 2014 6:42:00 PM  
Anonymous Anônimo disse...

legal

terça-feira, agosto 11, 2015 9:56:00 AM  

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