Por que damos valor às vidas humanas? Por que achamos que o mundo deva ser justo? Por que devemos nos importar com a natureza? Quais as motivações das pessoas? E que nome dar a todas as coisas da vida que não entendemos, não sabemos descrever, mas com as quais temos de lidar o tempo todo?




Sinopse de uma civilização

por Outro corpo em movimento

Quando uma sociedade nasce
Traz consigo a possibilidade
De acúmulos de lixo
Monstruosamente incontroláveis

Jogue bichos humanos num mundo
Eles tirarão algumas conclusões
Sinalize, com neon, as entradas.
As saídas, obscureça-as
E amaldiçoe suas chaves

Surgirão centenas de psicochagas
Que não serão imediatamente notadas
Nem posteriormente
Talvez urgentemente
Caso falhe, o arsenal
De mecanismos de controle
De surto existencial

Haverá assustadora proliferação
Torça para que cesse...
Torça para que cesse!
Torça mesmo!

Sistemas de auto controle

por Outro corpo em movimento

A saciedade é um mito
A sobriedade é o luto
A sanidade é um fetiche
Compreender é muito fundo

Desaparecer é o místico
Suportar é o bíblico
Destruir é o ingênuo
Reinventar é artístico
Inventar é um absurdo

Submeter-se é franzino
Desanimar é ilícito
Transcender é genial
Fugir é um vício

Esta circularidade é uma jaula!
Mas incomodar-se é biologicamente inútil!
Por sorte,
A adaptação é uma ferramenta inata
Abundantemente disponível
E provavelmente biodegradável
Que dissolve este desconforto
E o transforma em energia renovável