Por que damos valor às vidas humanas? Por que achamos que o mundo deva ser justo? Por que devemos nos importar com a natureza? Quais as motivações das pessoas? E que nome dar a todas as coisas da vida que não entendemos, não sabemos descrever, mas com as quais temos de lidar o tempo todo?




Incompetência política

por Leo

Postei este post num outro blog, o brainstomers, onde espero receber mais respostas.

Este é um assunto do qual me envergonho e que me incomoda, principalmente nas épocas das eleições, por razões óbvias.

O fato é que sou completamente ignorante sobre política, ainda que eu ainda tenha algumas poucas noções teóricas, sinto-me completamente perdido e despreparado em relação a votar, a opinar e interpretar acontecimentos políticos, quanto mais a discuti-los.

Resolvi escrever este post para expor o problema e pedir por sugestões a respeito de como resolvê-lo. Embora eu o faça por motivos pessoais, tenho a convicção de que compartilho a mesma situação com muitas outras pessoas, admitidamente ou não. No meu caso particular, fui criado num meio com uma orientação política específica (de esquerda), porém sem forte embasamento teórico ou prático, e sem grande discussão de correntes e opiniões opostas ou diferentes. Hoje julgo que seguir a mesma orientação seria insatisfatório, por ela não se apresentar justificada para mim, porém não tenho um conhecimento significativo dela nem de outras. Tenho votado em branco ou justificado, nas últimas 4 ou 5 votações. Para mim isto significa que me considero tão pouco apto a decidir que considero a opinião coletiva como melhor que a minha, qualquer que seja ela. Esta sensação de imensa ignorância me angustia, desejo sair deste estado de tábula rasa política. Ainda que eu possa pensar que minha participação possivelmente seja pouco relevante.

Como se não bastasse a minha ignorância sobre teoria política, economia, administração pública, estado, direito, constituição e legislação, e coisas afins, a ignorância sobre a história política brasileira, o cenário atual, as histórias dos candidatos e partidos, a situação do país hoje, seus problemas e perspectivas, que são, de certa forma, conhecimentos mais "objetivos"; percebo que o problema de competência política ainda traz questões mais pessoais como, valores políticos (qual o papel do estado, como deve ser organizada a sociedade, qual deve ser a atitude do país em relação aos outros, etc), valores morais (o que deve ser valorizado, promovido, tolerado e desvalorizado e reprimido na sociedade), quais são as fontes de informação confiáveis e quais são seus viéses e tendências e como identificá-los, e finalmente, como resolver o problema prático de se votar, de formar uma opinião, e de interpretar os acontecimentos políticos.

Olhando assim, parece uma tarefa gigantesca, o suficiente para um curso de graduação. É claro, não acredito que a maioria das pessoas de 16 ou 18 anos já tenham noções boas destas coisas, e também não acho que elas sejam todas necessárias; todos nós somos um tanto pragmáticos em nossas decisões, esta é só mais uma delas. Mas o problema não deixa de ser complicado, e não quero parar minha vida para resolvê-lo, de modo que peço ajuda para que possa resolvê-lo aos poucos, e de uma maneira menos tortuosa. Afinal, o problema é complicado a ponto de ser desanimador, de parecer não valer a pena, mas vou tentar persistir. Dividi o problema da maneira como estruturo minha ignorância a respeito das coisas que julgo que sejam relevantes:

Conhecimentos teóricos relevantes
- Política
- Estado
- Administração pública
- Organização social
- Direito
- Economia
- Relações internacionais
- Noções de educação, saúde e saneamento, urbanização, segurança pública e nacional, indústrias, comércio, pesquisa e tecnologia, entre outros.

Conhecimentos concretos relevantes
- Sistema político brasileiro
- Estrutura do governo brasileiro
- Divisão de atribuições e poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário, União, Estado e Município, Subprefeituras, etc.
- Constituição
- Legislação
- Principais instituições e empresas estatais e terceirizadas responsáveis por serviços essenciais.
- História política brasileira, principalmente os últimos 50 anos.
- Cenário político atual. Partidos, candidatos, governantes, suas relações, disputas, conflitos. Denúncias e suspeitas de corrupção.
- História e proposta dos atuais governantes e partidos (estatutos), seus rivais, e outros candidatos e partidos de interesse. As políticas propostas e implementadas por eles e seus rivais, seus sucessos, fracassos e críticas.
- Acontecimentos recentes relevantes.
- Situação do país, estado e cidade hoje. Seus problemas e possíveis causas, suas perspectivas futuras, possíveis soluções, propostas para o desenvolvimento. Políticas implantadas em cada setor, seus sucessos, problemas e críticas, etc.
- Cenários políticos e acontecimentos em países semelhantes ao Brasil, países de importância ao Brasil (vizinhos, importadores, exportadores, etc), países com modelos políticos de interesse.

Valores políticos e morais
- Qual deve ser o papel do estado, até que ponto ele deve intervir e garantir direitos individuais, bem-estar social, organização social, desenvolvimento econômico, etc.? Como deve ser organizada a sociedade? Qual deve ser nossa atitude em relação aos outros países?
- O que devemos valorizar e desvalorizar, promover, tolerar e reprimir, na sociedade, e nas políticas de cada setor, na educação, na saúde, na segurança pública, nos direitos e legislações, na atuação das indústrias, comércios, nos serviços públicos, etc.?
- Devemos decidir politicamente no interesse de quem? No nosso? No dos outros à medida que nos importamos com eles? Nos da população em questão?
- Devemos ser pragmáticos, racionais ou empíricos nos julgamentos políticos?

O problema da tendenciosidade e da informação confiável
- Onde obter informação relevante?
- Quais os meios mais confiáveis, seguros para se obter informação sobre acontecimentos de relevância política?
- A que viéses estão sujeitos? Quais críticas são feitas a eles?
- Que pessoas são úteis para se informar?

Problema práticos
- Como escolher um candidato? Que características são desejáveis? Que características são e quais não são relevantes?
- Pesquisas de intenção de voto (popularidade)
- Plano de governo
- Experiência e habilidade política (negociação, retórica, diálogo, malícia, etc)
- Relacionamentos políticos
- Desempenho nos debates
- Perfil dos eleitores
- Patrocinadores da campanha
- Eficiência, prudência, agilidade, organização.
- Capacidade de ação diante de imprevistos e emergências
- Inteligência
- Interesses secundários
- Coerência
- Carisma e habilidades sociais, firmeza, ousadia, serenidade
- Honestidade e moral
- Princípios e fidelidade a princípios
- Partido e compromisso com o partido
- Como avaliar o desempenho de um governante?
- Plano de governo inicial
- Desempenho, eficiência
- Aprovação, críticas, popularidade
- Melhora durante o mandato e após ele.
- Aproveitamento de projetos de turnos anteriores.
- Discursos e desempenho público
- Como interpretar acontecimentos políticos? No que se deve prestar atenção? Em quem se deve prestar atenção?
- Como votar? Votar é relevante? Que outros tipos de atuação política uma pessoa na minha posição pode exercer? Quando votar em branco?
- Como decidir sobre assuntos políticos? O que procurar? Quais os aspectos relevantes?

A pergunta fundamental: Como desenvolver competência política? Qual a maneira mais curta e eficiente?
- Estudar teoria política e econômica, e todas as outras coisas que listei acima.
- Ler planos de governo oficiais.
- Se informar com "pessoas competentes", de tendências políticas diversas.
- Acompanhar notícias dos grandes jornais.
- Se informar sobre a história de vida e o passado político dos candidatos principais, e à medida do possível de outros que possam vir a ser de interesse.

Enfim, listei uma quantidade enorme de aspectos e questões que acho relevantes às decisões políticas. Não sei quais são mais importantes, quais deixei de listar, quais são desimportantes, e muito menos quais são suas respostas. Peço por contribuições, opiniões, coisas afins.

Malheureseument

por Outro corpo em movimento

As pessoas querem ignorar que as coisas são horríveis.
Recusam-se a refletir sobre nossos hábitos, motivações e atitudes bobas.
Insistem em acreditar em coisas confortantes que não possuem têm muito sentido.
Negam-se a procuram explicação, reavaliar seus aprendizados ou questionar essses ridículos preconceitos interminantemente propagados.
As pessoas não querem pensar
Não querem discutir
Não querem mudar seus costumes
Não querem ficar em dúvida
Irritam-se quando são questionadas
Não querem ter procurar outra maneira de encarar as coisas, a comodidade prevalece.
Não querer contribuir para que outros seres possam ter vidas menos sofridas.
Elas criticam tudo o que é incomum, imprevisto. Olham com cara feia para coisas diferentes, as ofendem, as odeiam.
Elas querem acreditar que isso o que existe está bom
Querem castrar seus pensamentos, para que não precisem passar pelo penoso ato de se perguntar se as coisas precisam ser assim, se as coisas devem ser assim, se as coisas fazem bem sendo assim.
Não posso fazer nada contra isso. Ninguém pode.
Mas preciso dizer que lamento por elas e tenho convicção de que essas pessoas têm capacidade de tornar o mundo um lugar horrível, triste e extremamente pobre.
Seu preconceito não serve pra nada. Suas aversões estúpidas e impensadas pioram a vida de todos os seres.
E o que dá mais aflição é ver que elas FAZEM QUESTÃO de continuar perpetuando!
Será que não vêem o sofrimento que causam? Seria tão trabalhoso assim parar alguns minutos de agir como babacas pra prestar atenção nas coisas que estão acontecendo e que serão cada vez piores graças a sua preguiça de pensar um pouquinho?
Já que as pessoas usam tão pouco o pensamento e na maior parte do tempo ficam repetindo idiotices, seria bom que essa capacidade se atrofiasse, assim, ao menos elas agiriam por instinto, o que certamente seria muito melhor do que isso.